quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Releituras de vampiros e bullying - a propósito dos escritores milionários

Acabei de ler a reportagem Os 10 escritores mais bem pagos do mundo (http://portalexame.abril.com.br/carreira/noticias/10-escritores-mais-bem-pagos-mundo-590709.html) e me deu vontade de dar pitaco.

Se o texto aponta para um apaziguar do fervor Harry Porter, tão somente 10 milhões de dólares, enquanto, no auge, a autora chegou a receber 300 milhões em 2007... A autora da série Crepúsculo continua muito bem como a segunda escritora que mais aumentou os seus rendimentos dentre junho de 2009 a junho de 2010. Stephanie Meyer recebeu 40 milhões de dólares com suas obras. Mamãe do céu! Tem gente que pode se dar ao luxo de viver do que escreve!!! :D

Quando eu pensei em assistir ao primeiro filme da série Crespúsculo (eu nem sabia do que se tratava, mas via o alvoroço), me disseram "ah, você não vai gostar... é sobre um romance entre vampiros... é pra adolescente". Esta frase foi arrebatadora, uma vez que tenho idade de dois adolescentes juntos e a rabujice de dois velhinhos também.
Tá, mas hoje em dia, mesmo não assistindo a um filme, uma novela, um BBB, você acaba sabendo dessas histórias porque o homem, sendo desde sempre um narrador, vem e compartilha o que experimenta. #fato.

Dias desses, morri de rir com o link do mocinho do vídeo: Felipe Neto, cheio de seguidores no twitter. Na minha opinião, ele grita um pouco demais (porque usa o recurso em vários vídeos), mas eu tive que aplaudir o raciocínio dele (e neste vídeo aplaudi cada reação nervosa).

É muito engraçado porque ele faz a leitura crítica que todos queremos que nossos alunos façam. Lobisomem sem pelo? Vampiro que deixa sua amada nos braços do concorrente? Ou seja, ele aponta vários trechos do enredo que seriam o que chamamos de ''incoerência''. Mas é justamente aí que o fantástico acontece, a autora dá uma repaginada nos personagens, há tanto tempo conhecidos... faz um vampiro brilhar à luz do sol. (Puxa, agora fiquei curiosa, rsrs).

Depois dela, veio mais uma leva de coisas de vampiro porque o tema está na moda.
Mas eu creio que não vou ler nenhum porque, ironicamente, prefiro as histórias de mula sem cabeça, boi tatá, mulher de branco do banheiro da escola, histórias que depois de contadas me faziam ficar um tempo acendendo o dobro de luz para fazer os mesmos caminhos dentro de casa.

Os livros estão aí. Têm para todos os gostos. Agradam inclusive esses em que a vampirada tem o enredo que se passa na escola... parece uma Malhação com vampiro gato, lobisomem competidor, mocinha deslocada, e o professor (é vampiro? não sei) só sei que é, com certeza, o mala, o objeto de convergência das frustrações adolescentes. E tem dentes de alho nessa história? Ou eles têm hálito refrescante de balinha Fregells? (Lembra?). Agora, até vi um vampiro comprando balinha pra dar o papelzinho de ''tô de olho em você" para a mocinha. rsrs. Sei lá, tanta coisa diferente...

Falemos do terceiro colocado da lista: Stephen King, com rendimentos de 34 milhões de dólares em um ano. Tenho alguns livros dele aqui, todos na lista de espera porque sempre gostei mais dos nossos Machados, etc, enfim, lembro do filme "Carrie, a estranha", baseado no livro "Carrie", do King. Eu tinha uns 6/7 anos de idade...

Esse era o enredo de "Carrie, a estranha": "Carrie White é uma jovem que não faz amigos em virtude de morar em quase total isolamento com sua mãe, uma pregadora religiosa fanática. A garota é menosprezada pelas colegas e Sue Snell, uma das alunas que zombam dela, fica arrependida e pede a seu namorado que convide Carrie para um baile no colégio. Mas Chris Hargenson, uma aluna que foi proibida de ir à festa, prepara uma armadilha para ridicularizar Carrie em público. O que ninguém imagina é que a jovem possui poderes paranormais e muito menos conhece sua capacidade de vingança quando está repleta de ódio". (Wiki, para os íntimos).

Lembro de cada cena desse filme. Se pararmos para pensar, é o mesmo enredo de garota deslocada que a Meyer re-aproveitou. Ah, mas Carrie, a estranha não causou essa euforia nos jovens da época (embora o filme seja premiado) porque Carrie era de dar medo. E a cena final me fez pular do sofá e ter a minha primeira noite não-dormida por conta de um filme. Depois disso, assisti a pouquíssimos filmes de terror. Já a continuação de Carrie..., que fiasquinho, acho que ninguém lembra. Quando a personagem principal era irritada por alguém, num tipo de bullying, ela ficava com todas as veias do corpo saltadas. Que medo!!! Aquele medo no estilo de ''Pânico" e "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado". rsrs.

Mas é isso, cada livro tem seu público de acordo com a idade, ou maturidade.
Hoje, a coisa tende para vampiros charmosos, lobinhos sedutores, uma Malhação toda montada na vampiragem.

Eu comprei Crepúsculo em inglês, mas isso é um outro post.
*Claro que quem gosta tem suas razões. Aqui a questão é analisar, gostar é outra história.

Confiram:
http://www.perolasdoyoutube.com.br/felipe-neto/felipe-neto-nao-faz-sentido-crepusculo/
** Claro também que professores dispensam tantos palavrões na análise.

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